"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?"
Eduardo Galeano: Espelhos

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O século da História e da Filosofia

Os europeus, que vivem grandes transformações no campo da economia, da ciência, da política, procuram dominar o passado para saber de onde eles vêm e para aonde vão. A análise dos documentos, o modo de contar a história, os esforços para explicá-la, a criação de sociedades acadêmicas e de revistas especializadas fazem da história uma das grandes preocupações da Europa do século XIX. A pesquisa e a reflexão históricas desenvolvem-se muitas vezes tendo como objeto a nação. Por exemplo, dois importantes nomes demonstram isso na França: Jules Michelet, importante escritor e militante democrata que acolhe no Collège de France o grande poeta polonês exilado, Adam Mickiewicz, e escreve uma grande História da França; e  Ernest Lavisse que também publica, de 1900 a 1912, a obra História da França, mais nacionalista, que atingirá um grande público, particularmente nas escolas.

O conhecimento da história é muito importante para os europeus e para a construção da Europa. É preciso conhecer o passado para saber como preparar o futuro, desenvolver as boas tradições da Europa, evitar que os erros e os crimes recomecem. Também é preciso evitar que se manipule a história forjando mitos nacionalistas. A História não deve ser um fardo a ser carregado ou uma má conselheira que legitima a violência. Com o tempo ela deve trazer a verdade, servir ao progresso.

No campo da Filosofia - que, pelas mesmas razões, procura compreender o que é o homem, a sociedade, a história -, há uma influência especial do pensamento alemão, de Immanuel Kant a Friedrich Hegel.

Continua existindo, na arte, na literatura, ou a influência de um país, ou a difusão de movimentos em toda a Europa. No final do século XIX, é o romance russo que está na moda com dois nomes importantes, Leon Tolstoi e Fiódor Dostoiévski. [...]

Art Nouveau: Salomé, Alfons Mucha

Na arte, é o triunfo da pintura impressionista [...] do inglês William Turner, dos franceses Édouard Manet, Claude Monet, Edgard Degas, Auguste Renoir [...] Depois é o estilo Modern Style ou Art Nouveau, e, no início do século XX, o cubismo (o francês Braque, o espanhol Pablo Picasso), o surrealismo... 

LE GOFF, Jacques. Uma breve história da Europa. Petrópolis: Vozes, 2008. p. 132-134.

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