"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?"
Eduardo Galeano: Espelhos

terça-feira, 1 de outubro de 2013

A Idade do Bronze "final" na Europa

A partir do 3º milênio, os povos europeus começam a utilizar uma liga de cobre e estanho, o bronze, para fabricar objetos resistentes, armas ou utensílios. Essa “Idade do Bronze” dura até a introdução do ferro, no século IX a.C. Desenvolve-se no Mediterrâneo (Creta, Micenas, Troia) e na Europa ocidental, do Cáucaso às ilhas britânicas.

Espada de bronze.
Foto: Laténium

 A partir do século XIII difunde-se na Europa a Idade do Bronze “final”, denominada a “bela Idade do Bronze” por causa da qualidade da produção artesanal. O mundo camponês “do bronze antigo” deu lugar a sociedades em que, ao lado dos agricultores e dos criadores, trabalham os mineiros e os bronzeiros. Uma classe guerreira garante a segurança dos transportes de matérias-primas e de objetos manufaturados em toda a Europa. O hábitat se modifica: as aldeias de planície e as palafitas (cidades lacustres) são abandonadas em favor de locais fortificados construídos sobre elevações.

O sepultamento é substituído pela incineração. “Cemitérios de urnas” aparecem na Polônia, na Alemanha, na península ibérica. As urnas contendo as cinzas dos defuntos são cercadas de oferendas fúnebres, armas e joias. Os bronzeiros então atingiram um perfeito domínio das técnicas: trabalham o metal com um martelo, decoram a peça com entalhes e chegam a poli-la para lhe conferir o brilho do ouro. O culto ao Sol inspirou a realização de carros em miniatura, muitas vezes puxados por aves aquáticas. O mais belo exemplo desse trabalho é o carro de Trundholm (Dinamarca): um cavalo puxa um grande disco de bronze chapeado de ouro. Os ourives produzem obras igualmente notáveis, ornamentos e objetos de culto em ouro maciço, decorados com desenhos geométricos.


SALLES, Catherine [dir.]. Larousse das civilizações antigas 1: dos faraós à fundação de Roma. São Paulo: Larousse do Brasil, 2008. p. 94.

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